
Tem se falado cada vez mais sobre os transtornos alimentares, mas as informações ainda são muito superficiais e muita gente não tem ideia do que é. Por isso, como nutricionista especialista em transtornos alimentares, acho importante deixar acessível mais informações sobre esse assunto.
É importante deixar claro que a chance de recuperação aumenta quanto mais cedo um transtorno alimentar for detectado e tratado. Portanto, essas informações sobre os sinais de alerta são tão importante!
Se você tem uma criança ou adolescente por perto, compartilhe este post com os responsáveis, professores e familiares. Quanto mais pessoas souberem, mais ajudamos a prevenir o avanço dessas doenças.
Esse texto abaixo é uma tradução livre de um post do site da NEDA (National Eating Disorders Association). Disponível aqui
Claro que esse texto nunca irá substituir um diagnóstico médico, mas pode ajudar na identificação de um comportamento de risco. Vale ressaltar que alguém que luta com um transtorno alimentar geralmente não apresenta todos esses sinais e sintomas ao mesmo tempo, e os sinais de alerta variam entre os transtornos alimentares e nem sempre se enquadram em categorias claras.
"Sintomas comuns de um transtorno alimentar
Sinais e sintomas emocionais e comportamentais:
Preocupação com perda de peso, alimentação, calorias e dieta
Recusa-se a comer certos alimentos e muitas vezes elimina grupos alimentares inteiros (carboidratos, gorduras, etc.)
Inventa desculpas para evitar refeições ou situações que envolvam comida
Desenvolve rituais alimentares (por exemplo, comer alimentos em determinadas ordens, mastigar excessivamente, reorganizar os alimentos num prato)
Afasta-se de amigos e de atividades anteriormente prazerosas e torna-se mais isolado e reservado
Extrema preocupação com o tamanho e forma do corpo
Verificação frequente no espelho em busca de falhas percebidas na aparência
Mudanças extremas de humor
Sinais e sintomas físicos:
Flutuações perceptíveis no peso, tanto para cima quanto para baixo
Cólicas estomacais, outras queixas gastrointestinais inespecíficas (constipação, refluxo ácido, etc.)
Irregularidades menstruais – amenorreia primária ou secundária (não início do ciclo menstrual ou perda do ciclo menstrual) ou apenas menstruação ao tomar suplementos hormonais.
Dificuldades de concentração
Exames laboratoriais alterados (anemia, níveis baixos de tireoide e hormônios, baixo potássio, contagens baixas de glóbulos brancos e vermelhos), embora algumas pessoas com distúrbios alimentares não apresentem quaisquer anormalidades laboratoriais
Tontura, especialmente ao ficar em pé
Desmaio/síncope
Sentindo frio o tempo todo
Problemas de sono
Cortes e calosidades na parte superior das articulações dos dedos (resultado da indução do vômito)
Problemas dentários
Pele e cabelos secos e unhas quebradiças
Pelos finos no corpo (lanugo)
Fraqueza muscular
Pele amarela (no contexto de comer grandes quantidades de cenouras)
Mãos e pés frios e manchados ou inchaço dos pés
Má cicatrização de feridas
Funcionamento imunológico prejudicado
Sinais comuns na Anorexia Nervosa
Perda de peso severa
Se veste com roupas largas ou com muitas camadas para esconder a perda de peso ou manter-se aquecido
Ficar o tempo todo preocupado com peso, comida, calorias, gramas de gordura e dieta
Faz comentários frequentes sobre se sentir “gordo”
Tem dificuldades em manter um peso corporal adequado à altura e idade
Fazer exercícios fisicos de forma excessivas e ser muito rígido com a rotina – faz independentemente de clima, fadiga corporal , doença ou lesão
Sinais comuns na Bulimia Nervosa
Envolve-se em episódios de compulsão alimentar com grandes quantidades de comida em um curto período de tempo, muitas vezes escondido
Após episódios de compulsão alimentar, frequentemente apresenta comportamentos compensatórios, como vômito autoinduzido, uso de diuréticos/laxantes, jejum/restrição, exercício excessivo ou manipulação da dosagem de insulina.
Bebe quantidades excessivas de água ou bebidas não calóricas e/ou usa quantidades excessivas de enxaguatório bucal, balas e chicletes
Tem cortes e calosidades na parte superior das articulações dos dedos (resultado da indução do vômito)
Os problemas dentários devido à purga incluem erosão do esmalte; sangramento gengival/doença periodontal; sensibilidade à temperatura; cavidades; descoloração dos dentes; boca seca; aumento das glândulas parótidas/submandibulares e problemas de deglutição
Sinais comuns no Transtorno da compulsão alimentar
Envolve-se em episódios de compulsão alimentar de grandes quantidades de comida em um curto período de tempo, muitas vezes em segredo (comendo em um período curto de tempo uma quantidade de comida que é muito maior do que a maioria dos indivíduos consumiria em circunstâncias semelhantes)
Relata sensação de perda de controle sobre a capacidade de parar de comer
Sente vergonha, culpa e desespero após episódios de compulsão alimentar
Rouba ou acumula comida em lugares estranhos
Cria horários ou rituais de estilo de vida para reservar tempo para os episódios de compulsão alimentar
Comportamentos alimentares confusos e sem estrutura alimentar, incluindo comer em horários não habituais para refeições (ex: almoço as 16h), pular refeições ou ingerir pequenas porções de alimentos nas refeições regulares; fazer jejum esporádico ou seguir dieta de forma repetitiva
Sinais comuns no que chamamos de Outros transtornos alimentares não especificados (OSFED)
Como o OSFED abrange uma ampla variedade de comportamentos de transtorno alimentar, qualquer um ou todos os seguintes sintomas podem estar presentes em pessoas com OSFED
Após episódios de compulsão alimentar, frequentemente apresenta comportamentos compensatórios, como vômito autoinduzido, uso de diuréticos/laxantes, jejum/restrição, exercício excessivo ou manipulação da dosagem de insulina.
Autoestima excessivamente relacionada à imagem corporal (insatisfação corporal)
Envolver-se em dietas da moda, eliminação de grupos alimentares inteiros, vegetarianismo/veganismo a serviço da perda de peso
Fazer exercícios fisicos de forma excessivas e ser muito rígido com a rotina – faz independentemente de clima, fadiga corporal , doença ou lesão
Sinais comuns no Transtorno alimentar restritivo evitativo (TARE)
Embora a perda de peso nem sempre esteja presente no TARE, a perda excessiva de peso ou o falta de crescimento podem sinalizar uma alimentação restritiva.
Gama limitada de alimentos preferidos que se torna mais restrita ao longo do tempo (ou seja, alimentação exigente que piora progressivamente)
Medo de engasgar ou vomitar
Sem perturbação da imagem corporal ou medo de ganho de peso
Sinais comuns do Transtorno de Pica
A ingestão persistente, durante um período de pelo menos um mês, de substâncias que não são alimentos e não fornecem valor nutricional
As substâncias típicas ingeridas tendem a variar com a idade e a disponibilidade. Eles podem incluir papel, sabão, tecido, cabelo, barbante, lã, terra, giz, talco, tinta, goma, metal, seixos, carvão, cinza, argila, amido ou gelo.
A ingestão dessas substâncias deve ser inadequada para o desenvolvimento
Sinais de Transtorno de Ruminação
Regurgitação repetida de alimentos por um período de pelo menos um mês. Alimentos regurgitados podem ser mastigados, engolidos novamente ou cuspidos
Se ocorrer a presença de outro transtorno mental (por exemplo, transtorno de desenvolvimento intelectual), é grave o suficiente para atenção clínica independente
Outras preocupações alimentares e comportamentais:
Estes abaixo não são considerados transtornos alimentares, mas necessitam de tratamento pois trazem prejuízos para a saúde física e sofrimento emocional.
Sinais de Ortorexia
Cortar um número crescente de grupos de alimentos (todos os açúcares, todos os carboidratos, todos os laticínios, todas as carnes, todos os produtos de origem animal)
Aumento da preocupação com a qualidade dos ingredientes alimentares; incapacidade de comer qualquer coisa que não seja um grupo restrito de alimentos considerados “saudáveis” ou “puros”
Passar horas por dia pensando em que comida pode ser servida nos próximos eventos
Preocupações com a imagem corporal podem ou não estar presentes
Exercício excessivo
Exercício que interfere significativamente com atividades importantes, ocorre em horários ou ambientes inadequados, ou quando o indivíduo continua a se exercitar apesar de lesão ou outras complicações médicas
Ansiedade intensa, depressão, irritabilidade, sentimentos de culpa e/ou angústia se não conseguir se exercitar conforme planejado
Exercício que é secreto ou ocorre apesar das recomendações em contrário
Sinais de Diabulimia
Aumento da negligência no gerenciamento da diabetes; raramente preenche prescrições e/ou evita consultas relacionadas ao diabetes
Sigilo sobre o manejo do diabetes; desconforto ao testar/injetar na frente de outras pessoas
Medo de que a insulina cause ganho de peso
Restringir certos alimentos ou grupos de alimentos para reduzir dosagens de insulina
Uso indevido de laxantes
Acreditar erroneamente que os laxantes funcionarão para eliminar alimentos e calorias antes que possam ser absorvidos
Tentativas de eliminar calorias indesejadas, perder peso, “sentir-se magro” ou “sentir-se vazio” através do uso repetido e frequente de laxantes
A desidratação grave pode causar tremores, fraqueza, visão embaçada, desmaios, danos renais e, em casos extremos, morte. A desidratação geralmente requer tratamento médico."
O texto acima é uma tradução livre de um post do site da NEDA (National Eating Disorders Association). Disponível aqui
Se você ou alguém que você conhece, apresenta muitos desses comportamentos escritos acima, busque ajuda especializada. Um nutricionista comportamental poderá te ajudar a identificar e junto com uma equipe transdisciplinar com pelo menos um médico psiquiatra e um profissional psicólogo, ambos especialista em transtornos, poderão te guia no tratamento trazendo mais saúde e qualidade de vida.
Agende uma consulta através do whatsapp 11-942123449
Conte comigo nesse processo!
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